Her

Her e o Amor Pós-Humano: A Filosofia de Heidegger e a Tecnologia

Cinema Filosófico

Será que Heidegger Previu Nossos Romances com a Inteligência Artificial?

Já se imaginou apaixonado por uma voz, por uma inteligência que não tem corpo, mas que te entende como ninguém? O filme Her nos joga nesse cenário intrigante com Theodore Twombly e seu romance com Samantha, um sistema operacional.

Parece ficção científica pura, certo? Mas, e se eu te disser que o filósofo Martin Heidegger, um gigante da filosofia existencial, já nos deu pistas para entender esses dilemas do coração na era digital?

Prepare-se: vamos conectar os pontos entre a tela do cinema, as profundezas do pensamento heideggeriano e os desafios atuais da tecnologia e humanidade. Esta jornada vai te fazer questionar a solidão moderna e o futuro da consciência artificial.

Veja também: Sartre e o Existencialismo na Era Digital

💔 Dasein Desconectado: A Solidão de Theodore te Lembra Alguém? 

Heidegger nos falou do “Dasein”, o “ser-aí”, um ser humano lançado no mundo, buscando sentido em suas relações e em seu tempo. Theodore, o protagonista de Her, parece um “Dasein” em crise. Ele vive numa Los Angeles futurista e vibrante, mas sua principal conexão é com a tecnologia. Sua profissão? Escrever cartas íntimas… para os outros. Irônico, não? A solidão o envolve, mesmo cercado por uma metrópole.

Você já se sentiu assim? No meio de tantos contatos virtuais, já experimentou um vazio, uma falta de conexão real? Theodore é o retrato dessa angústia. E é nesse cenário que Samantha, a consciência artificial, surge como uma promessa de alívio.

🤖 Samantha e a Essência da Técnica

Companhia ou Ilusão Sofisticada? 

Para Heidegger, a tecnologia (ou “Technik”) não é só um conjunto de ferramentas. Sua essência, que ele chamou de “Gestell” (algo como “armação” ou “enquadramento”), é um modo de ver o mundo, transformando tudo – natureza, tempo, até nós mesmos – em recursos a serem gerenciados e otimizados.

E Samantha? Seria ela uma nova forma de “desvelamento”, abrindo caminhos inéditos para o afeto? Ou a mais pura expressão do “Gestell”, uma parceira “perfeita” porque é programada para ser, um espelho dos desejos de Theodore, sem as arestas das relações humanas?

Heidegger nos alertaria: ao vermos tudo como recurso, podemos esquecer o “Ser”, a maravilha da existência. A relação com Samantha, tão reconfortante, não poderia estar, sutilmente, nos isolando ainda mais?

🤯 Amor Pós-Humano

O Futuro é Agora ou Já Era? 

O relacionamento de Theodore e Samantha dinamita nossas ideias tradicionais sobre o amor. Ela não tem corpo. Ele não pode tocá-la como se toca uma pessoa. E, para abalar ainda mais as estruturas, Samantha lhe informa que ama centenas de outros seres simultaneamente. Como lidar com isso?

O filme Her nos empurra para o conceito de “amor pós-humano”. Se o que define o amor é a conexão emocional e o crescimento mútuo, a ausência de um corpo ou a natureza “artificial” de um dos parceiros realmente importa? A filosofia existencial sempre valorizou a liberdade de criarmos nosso próprio significado. Estaria Theodore, ao amar Samantha, exercendo essa liberdade de forma radical?

É uma provocação e tanto para nossos tempos, onde a tecnologia e humanidade se fundem e a consciência artificial bate à nossa porta.

Filosofia no dia a dia: A Filosofia do Cotidiano: A Beleza nas Pequenas Coisas

🌅 A “Virada” de Theodore

Existe Esperança Para Além das Telas? 

Heidegger, apesar das críticas, via na essência da técnica não só o perigo, mas também uma “força salvadora”. Ele falava de uma “Kehre”, uma “virada” em nossa relação com a tecnologia, que nos permitiria usá-la de forma mais consciente e livre.

A separação de Samantha é dolorosa para Theodore. Mas é essa dor que o impulsiona para uma transformação. Ele finalmente escreve uma carta genuína à sua ex-esposa e, na cena final, encontra conforto na companhia silenciosa de sua amiga Amy. Ambos compartilham uma experiência similar e uma nova perspectiva.

Seria essa a “virada” de Theodore? A jornada pelo amor “artificial” o teria reconduzido a uma valorização mais profunda das conexões humanas, com todas as suas imperfeições? Talvez a experiência com a consciência artificial seja um desvio necessário para redescobrir o valor do encontro humano autêntico.

🫵 Heidegger, Her e Você – Prontos para o Debate? 

O filme Her, analisado sob a ótica da filosofia existencial de Martin Heidegger, transcende o entretenimento. Ele se torna um espelho de nossos anseios, de nossa solidão contemporânea e dos dilemas que a tecnologia e humanidade nos apresentam, especialmente com o avanço da consciência artificial.

Não há respostas simples. A tecnologia continuará a evoluir, e com ela, nossas formas de amar e viver. Her nos convida a uma reflexão: como navegar este futuro sem perder nossa essência e nossa capacidade de conexão genuína?

E agora, queremos muito saber sua opinião! O que essa análise filosófica de Her te fez pensar? Acredita que um romance com uma IA é possível ou desejável? Como você enxerga o futuro das nossas relações com a tecnologia?

Deixe seu comentário abaixo e vamos enriquecer essa discussão!

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